
Preciso começar essa resenha admitindo que costumava ter um pouco de receio ao ler, na chamada de um livro, “Sucesso do TikTok”. Mas depois de Assistente do Vilão e Quarta Asa, aceitei que gosto desses livros. Resolvi, então, ler também Divinos Rivais, outra romantasia que está sendo bem comentada. Ela tem a vantagem de ser apenas uma duologia, já com ambos os volumes publicados no Brasil.
O livro se lê bem rápido, e suas 464 páginas parecem até menos. Tudo parte da premissa de uma garota, Íris, que está com a vida bastante desestruturada e escreve cartas para o irmão, Forest, deixando-as em seu armário, de onde somem. Após alguns meses, alguém começa a responder as cartas, mas a pessoa do outro lado não é o irmão. De dia, a garota trabalha em um jornal e, embora seu título seja outro, ela é basicamente uma estagiária. Disputa a vaga de colunista com seu rival, um jovem rico e bonito, Roman Kitt, com quem adora implicar.
Entre deuses em guerra e rivalidades disfarçadas de afeto
Nesse universo, os deuses, ao que se sabe, foram derrotados há muitos anos. Eles guerrearem entre si e, posteriormente, os que sobraram foram vencidos pelos humanos. Mas então, quando dois deles reaparecem, as regiões mais distantes e rurais entram em guerra. Enquanto isso a capital tenta se manter neutra, como se nada estivesse acontecendo. Temos Enva, uma deusa com uma harpa que encanta os humanos para lutarem por ela. Dacre, seu rival, envia tropas de monstros para destruir e conquistar cidades.
O romance se vende como enemies to lovers, mas não é bem isso. Eles concorrem pela mesma vaga, mas é mais uma rixa adolescente entre duas pessoas que se gostam, sabe? Eles pegam no pé um do outro e dizem que se odeiam, mas logo percebemos que se importam (bastante) um com o outro.
Os personagens são bem construídos, mostrando seus traumas e defeitos, inclusive dando certa profundidade aos personagens secundários. Após certo ponto do livro, os personagens partem para o front de batalha, onde há muito mais perigos. Isso ajuda a embalar a leitura com o anseio de descobrir logo seus desdobramentos.
Uma leitura envolvente, mas com espaço para mais
Considerei uma leitura rápida até demais, em alguns momentos, creio que poderia ter se estendido levemente. Mas, como comentei, os personagens são bem construídos e o romance realmente convence. O universo e a mitologia são bem interessantes e me deixaram instigada para saber mais.
Em alguns momentos, fiquei com vontade de sacudir a protagonista para que ela percebesse o que estava na sua frente, mas, por sorte, quando esse sentimento estava mais forte, o plot logo aconteceu. Parte importante da história ocorre nas cartas entre os dois, e essa parte ficou bem interessante.
A protagonista toma algumas decisões um pouco questionáveis e, por mais que a ideia do universo e da lore, com deuses em guerra e a troca de cartas mágicas entre o casal, seja interessante, faltou um desenvolvimento maior, com reviravoltas mais profundas. Espero que, na continuação, isso melhore, trazendo as respostas que aguardamos. É uma história fofa, que guardo com carinho. Entretanto, pelas questões pontuadas acima, fiquei um pouco frustrada por muitas delas serem tratadas de forma rasa.
Lerei a continuação, mas fiquei com a sensação de que a história tinha um potencial maior.
Nota: 7,5 de 10
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