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Resenha – Império do Vampiro

Já imaginou misturar O Nome do Vento, O Código Da Vinci e O Último Desejo (The Witcher) em uma única história? O potencial existe em Império do Vampiro, de Jay Kristoff. Mas, neste caso, a combinação dilui os pontos fortes de cada obra. O livro aposta em um protagonismo exagerado que cobra um preço alto. E nem todo leitor está disposto a pagar por isso.

Contexto: um mundo sem sol

Num mundo onde o nascer do sol deixou de importar, Gabriel de León, o último Santo de Prata e lendário caçador de vampiros, está prisioneiro de uma das grandes dinastias vampíricas. Para continuar vivo, aceita contar sua história a um historiador vampiro. Seu relato mistura heroísmo, amor proibido e perdas devastadoras. (Kvothe, é você?)

Leitura e estilo narrativo

Ler Império do Vampiro apresenta desafios desde as primeiras páginas. O autor usa analogias e metáforas exageradas, que afastam o leitor da narrativa. Faltam descrições objetivas e envolventes. Após a cena inicial, entramos em uma narrativa em primeira pessoa, contada por um caçador meio vampiro. O estilo causa estranhamento no início, mas o leitor se acostuma.

Linhas temporais e previsibilidade

A trama segue múltiplas linhas temporais. No presente, o protagonista está preso em uma masmorra. A partir dali, revisita seu passado. As cenas alternam com saltos de anos. O autor tenta esconder reviravoltas, mas leitores atentos as percebem facilmente. O mundo criado é interessante. Os vampiros não são o único problema da humanidade. Mas, com o sol encoberto por uma fumaça constante, tornam-se a principal ameaça.

Estrutura e universo

A narrativa segue estruturas conhecidas. Em uma linha do tempo mais antiga, um jovem entra em uma instituição que ensina sobre os perigos do mundo. Em outra, mais recente, um grupo estilo RPG parte em missão para salvar a humanidade. A abordagem dos vampiros se destaca. Aqui, eles são mortos-vivos demoníacos. Apesar da beleza e sensualidade sobrenaturais, tudo é uma máscara. Uma perspectiva interessante, diferente da suavidade de Crepúsculo.

Gabriel de León: herói ou antí-herói?

O enredo é previsível e centrado em Gabriel de León. Ele é o personagem mais desenvolvido, quase o único. O autor o descreve repetidamente como lendário, forte e destemido. As perdas que enfrenta parecem justificar sua arrogância e babaquice, mais do que revelar sua evolução. Seu esforço não parece superior ao dos outros. Merece nossa torcida apenas por ser “menos pior” que seus inimigos? Ou porque a outra opção é torcer por demônios cruéis?

Para quem é esse livro?

Recomendo Império do Vampiro para quem gosta de ação, protagonistas overpowered e vampiros sombrios. Mas é preciso estar disposto a relevar as extravagâncias e a qualidade da escrita. O final deixa ganchos para continuações. Resta torcer para que a história permaneça comigo a ponto de me motivar a seguir nesse universo sanguinolento.

Nota: 6,5 de 10

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