
A ideia de ser entregue ao Rei-Deus, um ser imortal capaz de feitos dignos dos contos de fadas, martela na mente de Siri. Ela ama profundamente sua irmã, escolhida para cumprir essa missão e salvar o reino. No entanto, quando o rei demonstra que o favoritismo ignora linhagens, seja o sangue azul ou vermelho, a trama ganha força e começa a se desenrolar.
Magia viva e deuses entre os homens
Brandon Sanderson constrói um mundo fascinante neste livro stand-alone. Aqui, a magia permite animar objetos e faz com que deuses caminhem entre os mortais. A estrutura mágica, embora não totalmente revelada, envolve o leitor desde o início. Ainda assim, ela permanece simples o bastante para que qualquer pessoa compreenda suas regras com clareza. Por isso, é possível antecipar alguns eventos sem precisar dominar o universo da Cosmere.
A religião como força vital
A abordagem religiosa no livro se destaca logo nos primeiros capítulos. Em Hallandren, aqueles que retornam à vida se tornam deuses. Para continuarem vivos, precisam receber Respirações semanais de seus seguidores. Essas Respirações alimentam a magia do mundo. Além disso, o livro promove um confronto entre diferentes crenças. Ele desafia ideias pré-concebidas e propõe reflexões inesperadas. Mesmo com o leitor tendo acesso à verdade por trás da cortina, os personagens religiosos oferecem lições sobre valores que vão além da fé.
Três perspectivas, múltiplas emoções
A narrativa acompanha três pontos de vista: Siri, Vivenna e Canto de Luz. As duas primeiras são princesas. Já o terceiro é um deus que renega sua condição divina. Esse conflito interno o torna um dos personagens mais envolventes da história. A jornada de Vivenna apresenta uma evolução marcante e bem construída. Por outro lado, Siri tende a causar mais frustração do que empatia. Mesmo assim, seu papel segue relevante.
Um universo rico e conectado
Sanderson mostra esmero ao construir tanto o mundo quanto o sistema de magia. Esse cuidado facilita a imersão e aproxima o leitor da história. Para quem já acompanha o autor, esta leitura se torna essencial. Warbreaker oferece pistas e conexões com outras obras da Cosmere. Além disso, apresenta personagens que reaparecem com destaque em livros futuros.
Vale a pena ler?
Sem dúvida. Este livro agrada leitores que buscam fantasia de qualidade, personagens bem desenvolvidos e um sistemas de magias criativos. Warbreaker é uma obra completa. Mesmo sem ter lido outros títulos de Sanderson, qualquer leitor pode apreciá-la com tranquilidade.
Se você acompanha a série Stormlight (Relatos das Tempestades), recomendo a leitura de Warbreaker antes de Sacramentora (terceiro volume). Isso tornará as conexões e easter eggs ainda mais satisfatórios.
Nota: 7,8
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